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Carta Mensal - Agosto de 2024

Feliz Ano Novo?





“Se não estiver preocupado, comece a se preocupar – e, se estiver preocupado, fique tranquilo.”

Ray Dalio


O título desta carta mensal é uma referência a citação e tema central da palestra de Felipe Miranda, fundador e CIO da Empiricus, em nosso evento de inauguração da filial de Caxias do Sul.


Os mercados e as economias vivenciam ciclos constantes e a compreensão destes ciclos abre oportunidades de investimentos. Refletimos nas cartas mensais e em nossas reuniões diárias as direções e tendências que as economias estão tomando para a partir disto conduzir nossas alocações.


Em uma breve retrospectiva, cabe recordar que a pandemia em 2020 levou todos os países a uma política de juros baixos e uma intensa injeção monetária para suportar com a quebra da atividade econômica. O momento histórico ao qual vivemos recebeu tratamentos inéditos que obviamente repercutiriam ao longo dos anos subsequentes.


Com isso, o mundo presenciou no período posterior uma elevação acentuada da inflação e os bancos centrais aumentaram as suas taxas de juros em sincronia. Dessa forma, adentramos em um período de aperto monetário que se perpetua até os dias atuais.


Nestes anos, a liquidez global secou para mercados emergentes (a bolsa brasileira foi uma das vítimas) e fluiu para os Estados Unidos e as teses de inteligência artificial concentradas no país. O resultado foram recordes sucessivos nas bolsas americanas e dificuldades nos ativos de risco brasileiros.


Essa história conecta-se a mensagem de feliz ano novo contada pelo Felipe. No final de 2023 alguns dados mais otimistas levaram os mercados a precificarem sete cortes na taxa de juros americana para este ano. Ativos de risco globais festejavam e se valorizavam até que os acontecimentos do início deste ano adiaram o afrouxo monetário.


Portanto, o ano de 2024 nunca teria começado. Aquela expectativa de mudança de ciclo econômico para uma fase de juros menores em todos os países do mundo e inflação mais controlada acabou não acontecendo. Passamos os meses adiando até a chegada de agosto e a inversão de rota pelo Federal Reserve.


O último mês marcou a definição e consenso de que o FED irá reduzir os juros e entraremos em uma nova etapa mais favorável a mercados emergentes. Este ciclo mais longevo do que muitos esperavam pode estar próximo do fim.


Eis que surge a provocação: feliz ano novo? Com atraso o novo ano e novo ciclo tão aguardados devem começar. O Brasil, como tratamos em outras cartas, estaria pronto para se beneficiar caso não tivesse criado sozinho problemas monetários que não tínhamos. No entanto, temos uma elevada probabilidade de recuperar a credibilidade no mesmo momento em que o FED estiver efetivando a nova etapa de juros menores. Podemos comemorar e brindar? Deixamos a resposta para vocês.


Concluindo, estamos sempre à disposição para auxiliar no que for necessário. Contem conosco!

 

CENÁRIO ECONÔMICO E DE MERCADO

 

Para este mês de agosto pontuamos a valorização das bolsas globais, incluindo o Ibovespa com um mês excelente. Ademais, os fundos multimercados que vem encontrando dificuldades para operar o cenário macro se beneficiaram com maior clareza dos rumos monetários nos Estados Unidos após a definição dos cortes de juros pelo Federal Reserve este ano, tendo início já em setembro.

 

 

BRASIL

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto foi de –0,02% e ficou 0,40 ponto percentual abaixo da taxa de julho (0,38%). No ano, o IPCA acumula alta de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

 

As contas públicas fecharam o mês de julho de 2024 com déficit de R$ 21, 3 bilhões, valor inferior aos R$ 35,8 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. No acumulado em 12 meses até julho deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 869,8 bilhões (7,73% do PIB), comparativamente a R$ 641,3 bilhões (6,07% do PIB) nos 12 meses até julho de 2023, detalhou o BC. O resultado nominal do setor público consolidado foi também deficitário, em R$ 101,5 bilhões. No caso do consolidado, inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados.

 

Em 12 meses, o déficit nominal acumulado chegou a R$ 1,12 bilhão, o que corresponde a 10,02% do PIB. Em junho, o déficit acumulado correspondia a R$ 1.108,0 bilhões (9,92% do PIB).

 

 

MUNDO

 

O índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos subiu 0,2% em agosto ante julho, a mesma variação observada um mês antes. Em 12 meses, a inflação voltou a desacelerar, de 2,9% para 2,5%.

 

O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos teve uma ligeira aceleração em agosto, subindo 0,2% na comparação mensal, após estabilidade (0,0%) em julho. A taxa em 12 meses, no entanto, perdeu força, com alta de 1,7% em agosto, após ter ficado em 2,1% em julho.

 

Os Estados Unidos criaram 142 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de agosto, menos que o esperado pelos analistas, segundo dados do relatório de emprego (payroll) e divulgados pelo Departamento do Trabalho. O dado veio bem acima das 89 mil vagas criadas em julho, número revisado para baixo. No entanto, a estimativa dos analistas, de acordo com consenso LSEG, era de criação de 160 mil vagas no mês.

 

A taxa de desemprego ficou em 4,2%, menos que os 4,3% do mês anterior. A taxa esperada pelos analistas era exatamente de 4,2%. Sendo assim, os dados ficaram em linha com as expectativas e dada a mudança de discurso do Federal Reserve validaram o início do ciclo de cortes de juros.

 

 

Agradecemos a leitura, o tempo e a confiança.

 

Pedro De Cesaro              Rodrigo Villa Real       

Founding Partner               Chief Investment Officer          

 

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