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Carta Mensal - Dezembro de 2024

  • Propósito Capital
  • 13 de jan.
  • 5 min de leitura

O Mesmo de Sempre




“Coisas que nunca mudam são importantes porque nos permitem saber com confiança como irão moldar o futuro.”

Morgan Housel

 

O início do ano é marcado como um período festivo e reflexivo. Revisamos as metas do ano anterior, criamos a do novo ano e fazemos promessas de hábitos melhores. E por falar em promessa, adentramos em um novo ciclo de instabilidade e depreciação dos ativos brasileiros devido as quebras das promessas fiscais feitas pelo atual governo.


Encerramos o ano de 2024 com o Ibovespa desvalorizando 10%, inflação acima do teto da meta e a taxa de juros em movimento de alta, ao contrário do que todos esperavam em janeiro. Esse retrato brasileiro não é novidade, vivenciamos os mesmos problemas e os mesmos discursos há dez anos, quando o atual partido também governava o país. Desrespeito fiscal? Não é novidade também. A história econômica brasileira é uma história de irresponsabilidade nas contas públicas e uma crença equivocada de que desenvolvimento e prosperidade se alcançam via o estado.


Em meio a isto, nos veio a mente o novo livro de Morgan Housel, autor do best seller A Psicologia Financeira. No livro O Mesmo de Sempre, Morgan Housel apresenta 23 breves histórias sobre coisas que nunca mudam. Leitura fácil, agradável e interessante. Recomendamos para todos.


Morgan Housel busca contar essas breves histórias sobre coisas que nunca mudam mesmo em um mundo em constante transformação para questionar: Qual a essência do que é imutável? Como construir a Snickers que Warren Buffett cita como o chocolate mais vendido em 1962 e que seguia sendo o chocolate mais vendido em 2009, época da história.


O autor abre a obra explicando que se fosse possível viajar no passado ou futuro, veríamos uma grande evolução na tecnologia e na medicina, dentre outros como ordem política e dialetos. Também veríamos as pessoas se deixando levar pela ganância e pelo medo, tal como acontece no mundo de hoje. Veríamos as pessoas se deixando persuadir pelo risco, pela inveja e um excesso de confiança e uma miopia que nos leva a conclusão de que embora a sociedade evolua: o comportamento humano é o mesmo de sempre. Assim como a irresponsabilidade fiscal e populista de nossos governantes. Essa é a lição simples e importante que o autor pretende elucidar com as suas histórias. Afinal, como diz Housel “coisas que nunca mudam são importantes porque nos permitem saber com confiança como irão moldar o futuro”.


Frente a lição do livro, cabe nos perguntarmos sobre o tamanho de nossas posições estruturais em risco Brasil. Os ciclos e a história evidenciam que não conseguimos superar desafios básicos e ficamos em loop, enquanto economias como a americana seguem prosperando e dando saltos de inovação. Sendo assim, pergunto a você leitor e cliente: onde gostaria de estar exposto ao risco? A provocação serve para salientar a importância de um portfólio de investimentos estruturado e diversificado, contemplando sim o risco Brasil que desponta como uma oportunidade, mas também com exposição ao dólar, as ações dos Estados Unidos e demais ativos.


Concluindo, o momento é de estresse e volatidade, mas também de desequilíbrios que não podemos deixar passar. Contem conosco para conduzir seus investimentos da forma que você merece.

 

CENÁRIO ECONÔMICO E DE MERCADO

 

Para este mês de dezembro pontuamos o crescimento nos dados de emprego dos Estados Unidos que ocasionaram volatilidade e elevação do juro longo americano, desvalorizando bolsas pelo mundo. No Brasil, as preocupações fiscais dominaram a pauta com queda acentuada no Ibovespa e abertura da curva de juros. Apontamos momento oportuno para alocação tática em renda fixa e revisitar a exposição estrutural nos ativos de risco brasileiros.

 

BRASIL

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,52% em dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano de 2024, o IPCA encerrou com alta de 4,83%, acima do teto da meta; e inicia 2025 gerando pressão no Banco Central com a expectativa de repasse cambial em produtos e estimativas de inflação superiores a 6% para este ano.

 

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 6,6 bilhões em novembro, ante déficit de R$ 37,3 bilhões no mesmo mês de 2023. Em doze meses, o setor público consolidado acumulou déficit primário de R$ 192,9 bilhões, equivalente a 1,65% do PIB.

 

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 99,1 bilhões em novembro. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 1.111 trilhão (9,50% do PIB), ante déficit nominal de R$ 1.092,8 trilhão (9,42% do PIB) acumulado até outubro de 2024.

 

Conforme salientado anteriormente, enquanto os acontecimentos econômicos internacionais abrem oportunidades para o Brasil, internamente as contas públicas vêm sendo dilaceradas e preocupam cada vez mais os agentes de mercado que demandam juros maiores.

 

 

MUNDO

 

Nos Estados Unidos, o recém eleito Donald Trump tem intensificado discursos contra países que impõem elevadas tarifas aos EUA; e tem prometido revidar a partir da sua posse.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos apresentou uma alta de 0,31%, em linha com o esperado. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, subiu +0,31%, também em linha com as expectativas.

 

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aumentou 0,4% em novembro em comparação ao mês anterior, revelou o Bureau of Labor Statistics. O índice de demanda final não ajustado para os 12 meses encerrados em novembro aumentou 3%, marcando o maior aumento desde fevereiro de 2023.

 

O mercado de trabalho dos Estados Unidos abriu 256 mil postos de trabalho em dezembro, de acordo com os dados do relatório de emprego conhecido como payroll divulgados pelo Departamento do Trabalho.

 

A expectativa do consenso LSEG/Reuters era de que a economia dos EUA abrisse 160.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, depois de 227.000 em novembro, o que seria um retorno após a abertura de trabalho ter sido severamente limitada pelas interrupções causadas por furacões e greves. Sendo assim, o número veio mais forte do que esperado e preocupou os mercados. A taxa de desemprego retornou de 4,2% para 4,1%, após ter subido em novembro.

 

O crescimento do emprego aumentou em novembro, uma recuperação esperada depois que furacões e trabalhadores em greve distorceram fortemente os dados de outubro, mas manteve o ritmo de alta em dezembro, dessa vez surpreendendo negativamente o mercado.


Agradecemos a leitura, o tempo e a confiança.

 

Pedro De Cesaro              Rodrigo Villa Real       

Founding Partner               Chief Investment Officer          

          

 
 
 

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